sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Simplificar para ampliar

“Os tais 140 caracteres refletem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo como forma de comunicação. De degrau em degrau, vamos descendo até o grunhido.” Essa afirmação poderia ter sido feita por qualquer pessoa, mas seu autor é José Saramago, logo, a de se relevá-la. O escritor português, ganhador de um prêmio Nobel de literatura, refere-se à nova ferramenta de comunicação da internet e que já virou moda em todo o mundo, o twitter.

Para quem andou congelado nos últimos meses, claro que não é o seu caso (assim espero), o twitter é uma mídia social via internet que permite que seus usuários escrevam qualquer coisa que desejarem, dentro de uma limitação de 140 caracteres (contam-se letras e espaços), essas informações podem ser visualizadas por qualquer outro usuário que resolva “seguir” esse escritor da web. Em síntese, é um sistema de micro-blogs. Há de se ressaltar que essa forma de mídia social não é tão inédita assim e tampouco demonstra uma revolução na comunicação, ela apenas representa uma tendência.

Várias são as teorias a respeito da comunicação ainda presentes atualmente, mas as predominantes concordam em um aspecto, a linguagem usada precisa ser compreendida pelo público, do contrário, não há comunicação. É possível notar, sem muita dificuldade, que essa é uma das principais dificuldades para uma boa comunicação nos dias de hoje, a exemplo do próprio Saramago, que, desconsiderando a qualidade do conteúdo escrito, atinge um público muito restrito.

A sua crítica está pautada no fato do twitter estimular seus usuários a um estilo de linguagem mais simples, reduzindo sentenças e procurando palavras de uso mais comum, muitas vezes do vocabulário popular, pois são justamente essas características que o tornaram famoso e que continuam atraindo mais adeptos a cada dia. O aplicativo representa justamente a tendência de simplificar a linguagem e resumir informações para uma melhor comunicação, capaz de atingir mais pessoas e de maneira mais eficaz. Ao contrário do que disse o escritor, essa é evolução, simplificar para ampliar.

Essa mudança é gradual e constante, afinal o que fazem os jornalistas se não sintetizar e traduzir as informações para uma linguagem mais acessível ao público.

O que Saramago, e tantos outros não entendem é que linguagem e comunicação podem, e deveriam sempre, trabalhar unidas. Não há demérito ou “involução” alguma nessa simplificação, há sim a constante adaptação da linguagem em prol da comunicação, do contrário estaríamos todos “subindo os degraus” rumo à era da incomunicabilidade.


Primeiro post

Oi Especialmente quando me olho no espelho!


blablablabla[...] Bom, não vou me esforçar pra escrever nada aqui, afinal nem sei se esse blog vai dar em algo produtivo, se não funcionar ninguém vai ler mesmo, se funcionar... Bom, daí vou ter um marco zero bem tosco. Enjoy! ;)